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A INDUSTRIALIZAÇÃO GRÁFICA

A INDUSTRIALIZAÇÃO GRÁFICA

A INDUSTRIALIZAÇÃO GRÁFICA   por GABRIEL KEEPLE

A PRIMEIRA IMPRENSA

 

O termo imprensa é a designação coletiva dos veículos de comunicação surgindo através da prensa móvel, processo gráfico aperfeiçoado por Johannes Guttenberg no século XV e que, a partir do século XVIII, foi usado para imprimir jornais, e os únicos veículos jornalísticos existentes na época. As primeiras publicações tinham sido criadas e distribuídas com freqüência pelos governos. As primeiras reproduções da escrita foram, sem dúvida, obtidas sob um suporte de (cera) ou de (argila) com os selos cilíndricos e cunhas, encontrados nas mais antigas cidades da Suméria e da Mesopotâmia do século XVII a. C.

A primeira publicação regular de que temos notícia foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I de nossa era. Esta publicação, gravada em tábuas de pedra, havia sido fundada em 59 a.C. por ordem de Júlio César, trazendo a listagem de eventos ordenados pelo Ditador (conceito romano do termo). Na Roma Antiga e no Império Romano, a Acta Diurna era afixada nos espaços públicos, e trazia assuntos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, e outros assuntos.

O primeiro jornal em papel, Notícias Diversas, foi publicado como um panfleto manuscrito a partir de 713 d.C., em Kaiyuan, em Pequim, na China. Kaiyuan era o nome dado ao ano em que o jornal foi publicado. Em 1041, também na China, foi inventado o tipo móvel. O alfabeto chinês, entretanto, por ser ideográfico e não fonético, utiliza um número de caracteres muito maior que o alfabeto latino europeu. E no ano de 1908, os chineses comemoraram o milenário do jornal Ta King Pao (Gazeta de Pequim), apesar de não temos provas concretas que comprovam.

O primeiro jornal impresso regularmente foi o diário do mundo a partir de 1650. Por Einkommende Zeitungen (Notícias Recebidas) fundado na cidade alemã de Leipzig.

A primeira revista, em estilo almanaque, foi o Journal des Savants (Diário dos Sábios), fundado na França em 1665.

No novo mundo, o primeiro jornal apareceu nas colônias britânicas da América do Norte (futuros Estados Unidos), publicado em Boston: o Publick Occurrences, Both Forreign and Domestick, que, no entanto só teve uma edição. De 1702 a 1735 circulou o primeiro jornal diário em inglês, o Daily Courant, de Samuel Buckley, também nas colônias britânicas. Em 1729, nasceu o Pennsylvania Gazette, de Benjamin Franklin, primeiro jornal a se manter com renda publicitária. No mesmo ano eram fundados a Gazeta de Guatemala e Lãs Primícias de La Cultura de Quito, primeiros jornais latino-americanos. O primeiro jornal diário da América foi a Gazeta de Lima, circulando diariamente a partir de 1743.

Em 1728, é criado o St. Peterburgo Vedomosti, o jornal mais antigo da Rússia, ainda em circulação.

A primeira imprensa no Brasil, a oficina tipográfica de António Isidoro da Fonseca (1728 a 1750), O impressor António Isidoro da Fonseca é considerado o primeiro impressor do Brasil, como se documenta pelo prelo da sua edição da Relação da Entrada.

Relação da Entrada que fez D. Francisco Antonio do Desterro Malheiro Bispo do Rio de Janeiro em o primeiro dia deste presente Ano de 1747, composta pelo doutor Luiz Antonio Rosado da Cunha, Juiz de Fora, e provedor dos defuntos, e ausente, Capella, e Residuos do Rio de Janeiro, impressa no Rio de Janeiro, em 1747, na Segunda Oficina de Antonio Isidoro da Fonseca.

Com licenças do Senhor Bispo e com utilização dos caracteres da fundição de Villeneuve, introduzidos em 1732, sob o patrocínio de D. João V e da Real Academia da História.

Perante o atraso de implantação da Tipografia em terras brasileiras, em relação às colônias espanholas e inglesas nas Américas (México, 1539; Peru, 1584; Estados Unidos, 1638; Argentina, 1705; Cuba, 1707), permanece o desconhecimento da existência de tipografias anteriores a 1747, contrastando com as de Goa, Macau e Japão, implantadas desde o século XVI sob o patrocínio real, eclesiástico ou meramente individual.

António Malheiro, que tinha sido bispo do Reino de Angola, tomou posse por nomeação real e bula pontifícia em 11 de Novembro de 1747. Logo no primeiro dia de Janeiro de 1747 faz a sua entrada no Rio de Janeiro.

É natural que o impressor António Isidoro da Fonseca tenha sido convidado a acompanhar o bispo mediante a perspectiva de trabalho seguro e a necessidade do bispado em dispor de meios tipográficos adequados: neste sentido surgem as licenças concedidas pelo bispo à edição do folheto, talvez à revelia do poder real.

Data de 10 de Maio de 1747 a ordem régia de D. João V no qual manda executar o seqüestro de todas as letras de imprensa que se encontrassem no estado do Brasil, inviabilizando quaisquer licenças.

Segue-se provavelmente à edição acima referida, a relação provocando o regresso deste impressor a Lisboa a que se segue um seu requerimento, sem data, em que pede a autorização real para estabelecer novamente uma imprensa no Rio de Janeiro ou Baía. Teve despacho real, com indeferimento, apenas em 25 de Maio de 1750.

 

PRODUÇÃO EM MASSA

Produção em massa é o termo que designa a produção em larga escala de impressos.

As economias geradas pela produção em massa vêm de vários fatores. Em primeiro lugar ela permite a redução de vários tipos de esforço não produtivo. Na produção artesanal, o artesão precisa adquirir os componentes, juntar as diversas partes e precisa localizar as várias ferramentas que utiliza durante as muitas tarefas que realiza. Na produção em massa, cada trabalhador repete uma ou poucas tarefas relacionadas, que utilizam a mesma ferramenta, realizando operações praticamente idênticas no fluxo de produtos. A ferramenta certa e os componentes necessários estão sempre a mão, o trabalhador gasta muito pouco tempo obtendo ou preparando materiais e ferramentas, consequentemente, o tempo gasto na produção de um produto é menor do que nos métodos tradicionais.

A probabilidade de um erro humano ou de variação na qualidade também é reduzida, já que as tarefas são predominantes realizadas por máquinas. As reduções nos custos do trabalho, como o aumento nas taxas de produção, possibilitam que a empresa produza grandes quantidades de um produto por um preço mais baixo que os modos de produção tradicionais, que não utilizam métodos lineares.