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OS PRIMEIROS IMPRESSOS GRAFICOS

OS PRIMEIROS IMPRESSOS GRAFICOS


 

OS PRIMEIROS IMPRESSOS GRAFICOS    por    JUVENILSON

 

TIPOGRAFIA

É o processo de criação e composição de um texto física ou digitalmente. Tem como objetivo dar ordem de estrutura e formar a comunicação de forma impressa. Ao decorrer dos séculos a arte tipográfica passou a ter valores estéticos. Assim, sob o prisma do design gráfico, pode-se considerar a tipografia (e aí entende-se tanto o design de tipos quanto o design com tipos) como

 

o conjunto de práticas subjacentes à criação [design de tipos] e utilização [design com tipos] de símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográficos (letras) e paraortográficos (tais como números e sinais de pontuação) para fins de reprodução, independentemente do modo como foram criados (a mão livre, por meios mecânicos) ou reproduzidos (impressos em papel, gravados em documento digital) (FARIAS, 2001, p.15).

 

O patrimônio cultural da humanidade preservado por meio da escrita não está restrito ao surgimento da tipografia, e neste sentido recua a alguns milênios quando pensamentos e fatos começaram a ser registrados por meio de ideogramas e signos fonéticos. Há registros desses feitos com os mais variados instrumentos e sobre diferentes suportes.

Ressalta-se também que os projetos de novas fontes tipográficas apontam em duas direções: para o passado com o resgate ou releitura de antigas formas e para o presente/futuro onde experiências buscam ruptura num cenário fugaz e modal.

A tipografia estabeleceu relações que, além dos aspectos estéticos e econômicos, tem como prioridade fundamental as questões técnicas. O design tipográfico no século XVlll impulsionou a evolução da técnica de impressão, buscavam a melhor reprodução do seu trabalho e os tipos com grande contraste entre hastes dos caracteres, com traços muito finos, somente podendo utilizar com o aprimoramento dos sistemas de impressão e da reprodução de papeis e tintas adequadas. Mudanças surgem com as novas técnicas, novas tecnologias com sistemas de produção e reprodução um pouco revolucionários.

Alguns métodos de composição são utilizados na tipografia, tais como: manual, que é o mais antigo sistema de composição gráfica, usado hoje em pequenas gráficas em todo Brasil (utilizado por Gutemberg na produção da bíblia de 42 linhas, em 1455); a           quente, sendo o primeiro sistema mecânico de composição e fundição de tipos conhecidos como linotipos; a frio, foi o primeiro a usar o equipamento fotográfico em 1947, chegando a atingir seu máximo desenvolvimento nos anos 60.

O sistema digital deixou de ser propriedade física e definitivamente passou a ser sequência digitalizada em códigos binários, assim sendo vistos em telas de computador ou em curvas vetoriais interpretadas por uma impressora.

 

XILOGRAFIA

 

Este sistema é um dos mais antigos métodos de gravação e seu nome deriva do grego xylon (madeira) e grafos (gravar). O processo xilográfico consiste em entalhar linhas sobre uma prancha de madeira, pensando que as partes visíveis serão as que estiverem em relevo e que as sem impressão serão as que estarão em baixo relevo.

Este tipo de impressão já se praticava no Oriente desde o século VII e era utilizado especialmente para a estampa de tecidos. Aparece na Europa muito tempo depois e os primeiros registros são do século XIV em estampas religiosas e calendários. Com a difusão do papel na Europa no século XV houve uma expansão da xilografia, também chamada de xilogravura. A maior expressão da xilogravura tem destaque na Alemanha com a presença de Albert Dürer (1471-1528). Lucas Cranach destacou-se na xilografia no século XVII, e a partir deste momento começa a substituição da base de madeira pela de metal. Graças à precisão artística alcançada pela técnica, no século XIX foi muito utilizada para a ilustração de livros e de periódicos.

Suas variações do suporte podem se gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana. Além de variações dentro da técnica, como a xilogravura de topo, criada por Thomas Bewick.

A xilogravura popular é uma permanência do traço medieval da cultura portuguesa transplantada para o Brasil e que se desenvolveu na literatura de cordel. Quase todos os xilogravadores populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país, provêm do cordel. Entre os mais importantes presentes no acervo da Galeria Brasiliana estão Abraão Batista, seu filho Hamurabi Batista, José Costa Leite, Forró de Varanda, J. Borges, José Lourenço , Gilvan Samico , Severino Borges e Felipe Mendes. Atualmente a técnica é mais utilizada nas artes plásticas e no artesanato do nordeste do país.

 

 

LITOGRAFIA

 

 

É um tipo de gravura, uma técnica que envolve criações de marcas sobre uma matriz (pedra calcaria) com lápis gorduroso. A grande base da técnica é o principio da repulsão entre água e óleo. Esta técnica foi inventada por Alois Senefelder por volta de 1796, quando procurava um meio de impressão para seus textos e partituras. Terminou inventando o processo químico novo, muito mais econômico e menos demorado que todos os outros meios conhecidos na época.

Na imprensa moderna no século XIX a litografia foi usada extensivamente para impressão de todo tipo de documento, rótulos, cartazes, mapas, jornais, entre outros, possibilitando também uma nova técnica de grande expressividade para os artistas, podendo ser impressa em plástico, madeira, tecido de papel. O primeiro pintor que utilizou da técnica litográfica foi Goya, em sua série de touradas de 1825.

A primeira oficina litográfica voltada exclusivamente para a atividade artística funcionou no Centro Artístico Cultural São José Del-Rei em Minas Gerais. Esta oficina foi montada em 1961 com equipamento da extinta gráfica Castelo.